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Quinta-feira, 13 de Julho de 2023 - 20:20:36hs

Falsa clínica psiquiátrica é fechada após denúncias de abuso.

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Por Redação RegionalMS
Falsa clínica psiquiátrica é fechada após denúncias de abuso.

Falsa clínica psiquiátrica é fechada após denúncias de abuso e violação de direitos humanosSegundo a defensoria pública, a clinica não possui cadastro nacional de estabelecimento de saúde e era coordenada pelos próprios internos, sem acompanhamento médico.

A Justiça, com auxílio da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, fechou uma falsa clínica de reabilitação terapêutica para dependentes químicos e transtornos psiquiátricos após diversas denúncias de familiares de pacientes internados no local. O dono do estabelecimento, que alugava o espaço para a clinica, nega os fatos.

Segundo a defensora pública Eni Maria Cezerino Diniz, os familiares que contratavam o trabalho acreditavam estar investindo em um tratamento médico que nunca aconteceu.

"Os internos da unidade que estavam a mais tempo iam em uma ambulância até a residência e faziam o que eles chamavam de 'remoção'. Pegavam a força os pacientes que não queriam se deslocar até essa unidade e, se eles fugissem, passavam por um processo de resgate ou recaptura. Uma equipe ia atrás e trazia novamente a força, sem qualquer cuidado, sem qualquer manejo, sem habilitação técnica de que esse serviço pudesse ser feito", contou a defensora.

Após a denúncia, a defensoria fez uma vistoria no local, onde foram encontrados comidas sendo manuseadas sem higiene, concertinas para impedir a fuga de abrigados, medicamentos sem origem, idosos com problemas de alcoolismo sem tratamento adequado e situações consideradas desumanas.

"O ambiente era extremamente opressivo, não havia um plano terapêutico, não havia cuidado dos pacientes. O que havia era uma imposição de cumprimento de regras, eles eram obrigados a cumprir essas regras se não tinham penalizações. Além do uso de medicações excessivas, sem a presença de um médico no local que pudesse prescrever e acompanhar essa situação", afirmou Eni Maria.

Uma das denúncias feita pela mãe de um antigo interno, que preferiu não se identificar, conta que encontrou o filho completamente dopado e sem a alimentação adequada.

"Meu filho contou que tinham idosos amarrados, abandonados e que os próprios internos cuidavam deles. Ele disse ainda que ficou dois meses usando fralda e que não tinham direito a comer carne. As pessoas que cuidavam dos pacientes se masturbavam em cima dos doentes que viviam dopados", disse a mãe.Ainda conforme a defensoria, as famílias dos pacientes também foram vítimas por comprar uma ideia falsa sobre as abordagens da clinica. Uma liminar proíbe o local de funcionar e exige que toda a publicidade feita pelo local seja removida.

O caso segue em investigação e, conforme João Paulo, que se identificou como dono do estabelecimento, o espaço era alugado e os pacientes não viviam em situações desumanas. Ainda conforme o homem, o espaço tinha documentos necessários para funcionar, não era uma falsa clinica e sobre os idosos hipermedicados seria um "exagero".

“Eu tinha enfermeiro, técnico em enfermagem, médico que atendia uma vez por semana... Não condiz isso aí não", afirmou.

 

 

Por Débora Ricalde, Dyego Queiroz e Heloísa Braga, g1 MS e TV Morena

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