Segunda-feira, 19 de Maio de 2025 - 09:50:10hs
Federação entre MDB e Republicanos avança, confirmam lideranças de MS
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Depois que o PP e o União Brasil criaram a federação União Progressista, agora será a vez do MDB e do Republicanos fazerem o mesmo, conforme informações repassadas ao Correio do Estado por Carlos Marun, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República no governo Temer, e outras duas lideranças do MDB de Mato Grosso do Sul.
Os três caciques dos emedebistas sul-mato-grossenses informaram que a formação de uma federação ganhou força depois do encontro entre o presidente nacional do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira (SP), e o presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi (SP), realizado no Congresso Nacional, em Brasília (DF), no dia 6.
De acordo com Marun, as duas lideranças nacionais do MDB e do Republicanos devem voltar a ter um novo encontro ainda nesta semana, em Brasília.
“Desde o dia 6, as negociações entre os dois partidos avançaram bastante. Nesta semana, Marcos Pereira e Baleia Rossi devem ter um novo encontro, e outras lideranças dos dois partidos devem participar, inclusive eu”, revelou.
Outra liderança do MDB estadual, a qual não quis se identificar, também confirmou as negociações e reforçou que a formação de uma federação com o Republicanos será boa para ambas as legendas, pois fortalecerá politicamente os dois partidos.
“Assim como o MDB tem três ministros no governo Lula – Simone Tebet, Renan Filho e Jader Filho –, o Republicanos tem um ministro, o Silvio Costa Filho. Portanto, são siglas que têm muito em comum”, ressaltou.
Já o terceiro cacique do MDB de Mato Grosso do Sul, que também não quis se identificar, destacou que as negociações com o Republicanos vêm de longa data, mas parecem que agora vão ser concretizadas.
“Marcos Pereira e Baleia Rossi tentam resolver disputas envolvendo líderes regionais das legendas para avançar nas negociações”, salientou.
Ele se referiu à Bahia, onde os partidos integram lados opostos da política local, com os emedebistas compondo a base do governador Jerônimo Rodrigues (PT), enquanto os republicanos integram a oposição do Executivo baiano.
“A federação entre as legendas pode colocar o Republicanos e o MDB como uma das forças mais expressivas da política nacional”, projetou.
Caso o acordo se concretize, ficariam em número de congressistas atrás só do PL e da federação União Progressista, composta pelo União Brasil e pelo PP.
Além da questão da influência dos partidos, a união serviria para aumentar o recebimento de recursos públicos para a campanha das legendas, aumentando as chances de seus políticos terem sucesso em disputas contra opositores.
EXPRESSIVO
A nova federação formada pelo MDB e pelo Republicanos ficaria com o seguinte número de cargos: cinco governadores (dois do MDB e três do Republicanos), 15 senadores (11 do MDB e quatro do Republicanos), 87 deputados federais (43 do MDB e 44 do Republicanos) e 1.304 prefeitos (864 do MDB e 440 do Republicanos).
Em MS, a federação teria 10 prefeitos (MDB), 134 vereadores (83 do MDB e 51 do Republicanos) e quatro deputados estaduais (três do MDB e um do Republicanos).
Para caciques emedebistas, a definição dessa federação também deve balizar a decisão do governador Eduardo Riedel (PSDB) de trocar o ninho tucano pelo do Republicanos.
Riedel é o único governador que permanece no PSDB dos três eleitos em 2022, uma vez que Raquel Lyra, governadora de Pernambuco, e Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, deixaram os tucanos e se filiaram ao PSD de Gilberto Kassab.
O mandatário sul-mato-grossense também foi sondado pelo partido de Kassab, entretanto, de acordo com aliados de Riedel, ele se comprometeu a aguardar as decisões da executiva tucana.
O prazo dado pelo governador para as definições é até o fim deste semestre, uma vez que os 44 prefeitos do PSDB no Estado aguardam essa definição de Riedel para tomarem um novo rumo.
SAIBA
As federações foram criadas pela Lei nº 14.208, de 2021. Trata-se de um modelo de união de partidos mais flexível que uma fusão ou uma incorporação. Ainda assim, traz regras mais rígidas que as antigas coligações proporcionais, em que legendas sem nenhuma afinidade político-ideológica se uniam exclusivamente para eleições, sem nenhum compromisso posterior. Com a federação, os partidos precisam permanecer juntos nos quatro anos seguintes.
As legendas preservam a sua identidade, seus filiados e a sua autonomia financeira, mas, além de terem de atuar conjuntamente nos legislativos, elas não podem disputar entre si cargos majoritários em eleições, como nas votações para presidente, governador ou prefeito. Os líderes nacionais miram os fundos partidário e eleitoral turbinados e na potência que a federação terá no Congresso Nacional.
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