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Terça-feira, 05 de Março de 2024 - 17:40:20hs

Golpe da mecânica: empresário é preso por cobrar preços abusivos em reparos

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Por Redação RegionalMS
Golpe da mecânica: empresário é preso por cobrar preços abusivos em reparos

O suspeito escolhia mulheres e idosos como vítimas, segundo investigação da Polícia Civil. Funcionários agiam como uma organização criminosa, já que o abuso era 'praxe' na rede de mecânicas, como explica a delegada que acompanha o caso.

O dono de uma rede de mecânicas foi preso por estelionato e outros três crimes, em Campo Grande, nessa segunda-feira (4). Segundo investigação da Polícia Civil, as oficinas cobravam preços abusivos dos clientes e agiam como uma organização criminosa, já que a prática de coação para subir os valores dos reparos era tida como "praxe" nos estabelecimentos.

Conforme as informações repassadas pela Polícia Civil, a rede de oficinas "Champions Pneus" atuava como uma organização criminosa ao cobrar de forma sistêmica os preços abusivos dos consumidores.

Para a investigação, os funcionários das lojas eram orientados pelo patrão a aplicarem o golpe em mulheres e idosos, que representavam vítimas "mais fáceis" para o grupo. O g1 tentou contato com a empresa, o gerente da loja disse que a cliente foi informada sobre as atualizações nos preços.

O gerente da oficina mencionou que foram realizados três serviços no veículo e que todos foram autorizados pela cliente. O que, a vítima nega. Sobre a prisão do dono da rede de mecânicas, o gerente da oficina disse que não irá comentar.

Golpe de R$ 6 mil levou investigação

Mesmo com mais de 20 reclamações em um portal que agrupa relato de consumidores na internet, o caso só foi parar na Polícia Civil nessa segunda-feira (4). Conforme o Boletim de Ocorrência, uma mulher, que pediu para não ser identificada, foi até uma das lojas da "Champions Pneus" para realizar um reparo no carro.

Inicialmente, o serviço contratado foi orçado em R$ 500. Horas após o início do atendimento, os mecânicos da loja entraram em contato com a vítima e informaram que o valor havia sido atualizado para R$ 2.600. Até então, o montante foi confirmado pela dona do carro.

Entretanto, ao chegar para buscar o carro e pagar a conta, o dono da loja informou que o reparo total tinha ficado em R$ 6.600. A vítima, sem condições de arcar com o pagamento, deixou o veículo na mecânica durante o fim de semana. Na segunda, junto de uma advogada, a mulher foi ao local para retirar o veículo.

 

"Não deixaram a vítima retirar o carro da oficina, mesmo com um mandado de busca para retirar o veículo do local. A mulher teve que acionar a Polícia Militar, já que o empresário se exaltou e não queria liberar o carro", explica a delegada Joilce Ramos, responsável pela investigação.

Golpe da mecânica

Conforme as informações repassadas pela delegada, o dono da mecânica desacatou os policiais militares que foram até a oficina. Neste momento, o empresário foi preso e conduzido até à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Cepol.

Na delegacia, a responsável pela investigação entendeu que o crime cometido na oficina mecânica ia muito além de um estelionato.

O empresário foi preso e é investigado por quatro crimes, sendo eles:

Estelionato;

Apropriação indébita;

Organização criminosa;

Desacato a autoridades.

Para a delegada, a oficina mecânica possuí um modus operandi nas abordagens aos clientes. "O empresário ensinava ao funcionários a como cobrar e incluir serviços desnecessários aos reparos do carro. A pessoa chegava na oficina para um reparo simples, que seria um valor e saía pagando por outras muitas coisas, com um preço muito maior".

"Outra questão importante, o empresário lesava, prioritariamente, mulheres e idosos. Nós sabemos que tinham uma preferência por escolher estes públicos para aplicar o golpe. Agora, vamos continuar investigando este caso, pois várias vítimas podem aparecer", pondera a delegada.

Pessoas que acham que foram vítimas da oficina mecânica devem procurar a delegacia mais próxima e registrar Boletim de Ocorrência, como aconselha a delegada Joilce Ramos.

 

 

Por José Câmara, g1 MS

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