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Segunda-feira, 08 de Setembro de 2025 - 17:40:20hs

História de Sebastião Duailibi mantém viva memória do garimpo em Jauru, distrito de Coxim

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Por Redação RegionalMS
História de Sebastião Duailibi mantém viva memória do garimpo em Jauru, distrito de Coxim

Aos 81 anos, o senhor Sebastião Carlos Oliveira Duailibi  guarda com carinho uma das maiores lembranças de seu pai, o garimpeiro e comerciante Jamil Salomão Duailibi: um Capacete Escafandro usado no trabalho de extração de diamantes na região de Jauru, distrito de Coxim. O objeto, carregado de significado, simboliza não apenas a trajetória de uma família, mas também um importante capítulo da história do interior de Mato Grosso do Sul.

Filho de imigrantes libaneses, Jamil Salomão se estabeleceu em Coxim por volta de 1935, atraído pela intensa movimentação do garimpo que transformava a Corrutela de Jauru em um dos principais polos de diamantes do Brasil. “Ele não só garimpava como também tinha comércio, comprava pedras e fabricava joias. Era ourives, lapidava diamantes e produzia anéis, inclusive um que fez para minha mãe quando se casaram”, recorda Sebastião.

Na época, a busca por pedras preciosas movimentava a economia e atraía pessoas de diferentes regiões do país e até do exterior. O garimpo chegou a dar tanta vida ao distrito que, por alguns anos, Jauru concentrava mais moradores que a própria sede do município de Coxim. “Era um tempo em que tudo era manual, não havia máquinas nem energia elétrica. O trabalho era duro, mas muita gente veio atrás do sonho de enriquecer”, conta.

A trajetória do pai, porém, não se limitou ao garimpo. Jamil Salomão também foi comerciante em Coxim e Rondonópolis, além de manter fazenda na região do Figueirão. Popular e respeitado, tinha inúmeros afilhados e chegou até a colaborar em campanhas de vacinação quando o acesso à saúde era limitado. Faleceu em 4 de janeiro de 1956, deixando nove filhos, entre eles Sebastião.

Hoje, o distrito de Jauru, localizado a 58 km de Coxim, abriga cerca de 40 famílias e mantém viva a memória dos tempos de garimpo. Se antes o movimento girava em torno dos diamantes, atualmente a rotina se baseia na pecuária, na agricultura e nas belezas naturais do rio Jauru, ainda muito procurado por pescadores.

Entre tantas mudanças, o orgulho de Sebastião em preservar a história do pai segue firme. “Esse capacete é muito mais do que uma lembrança. É a prova de onde começou a vida dele e de como o garimpo marcou a nossa família e toda a região”, diz emocionado.

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